ESCOLHA DO MÉTODO CORRETO PARA FAZER UMA AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA PRECISA
- Marcelo Hasson Sayeg
- 6 de mar.
- 4 min de leitura
Atualizado: 7 de mar.

Uma avaliação imobiliária precisa depender da seleção do método de avaliação mais adequado para o tipo de imóvel e sua finalidade. Existem diferentes métodos de avaliação de imóveis reconhecidos no mercado – a própria ABNT NBR 14653 referência várias abordagens. Dentre eles, destacam-se o método comparativo de dados de mercado, o método da renda e o método do custo. A seguir, comparamos esses métodos e destacamos suas aplicações práticas, para ajudar na escolha correta e garantir uma avaliação confiável.
Método Comparativo de Dados de Mercado
O método comparativo de mercado é provavelmente o mais utilizado em avaliações imobiliárias. Nele, o valor do imóvel é estimado a partir da comparação com imóveis similares que foram negociados recentemente. O avaliador coleta dados de vendas ou ofertas de propriedades equivalentes na mesma região, considerando características como localização, metragem, número de quartos (no caso de residenciais) ou vagas (no caso de comerciais), padrão de acabamento e estado de conservação. Em seguida, são aplicados ajustes quantitativos ou estatísticos para equiparar as diferenças entre o imóvel avaliado e os comparativos (por exemplo, se o imóvel avaliado tem uma vaga a mais de garagem que os demais, acrescenta-se um valor estimado). Esse método reflete diretamente as condições atuais de mercado, sendo ideal para imóveis em áreas onde há um volume suficiente de transações comparáveis. Sua principal vantagem é oferecer um valor de mercado realista baseado em evidências recentes. Por outro lado, requer uma boa base de dados; em mercados muito específicos ou com poucos negócios similares, a precisão do comparativo pode ficar limitada.
Método da Renda (Capitalização da Renda)
O método da renda, ou de capitalização de renda, é empregado principalmente na avaliação de imóveis que geram renda por aluguel, como prédios comerciais, lajes corporativas, galpões logísticos e imóveis alugados em geral. Nessa abordagem, o valor do imóvel é calculado com base na renda futura que ele pode produzir. Em termos práticos, o avaliador determina o fluxo de caixa esperado (por exemplo, aluguel anual líquido) e aplica uma taxa de capitalização ou desconto apropriada, refletindo o retorno exigido por investidores no mercado. Essencialmente, pergunta-se: “quanto vale hoje este imóvel considerando os aluguéis futuros que ele proporcionará?”. Se a renda for estável, utiliza-se a capitalização direta (dividindo a renda anual pelo cap rate do mercado); para casos mais complexos ou com variações de receitas ao longo do tempo, pode-se fazer um fluxo de caixa descontado. A vantagem do método da renda é capturar o valor do imóvel do ponto de vista do investimento, ou seja, quanto ele vale em função do retorno financeiro que oferece. É altamente indicado para imóveis comerciais e logísticos, fundos imobiliários e outros ativos onde o principal atrativo é a geração de renda. Como limitação, este método depende de premissas de mercado (taxas de desconto, índices de vacância, crescimento de aluguel) que devem ser estimadas com cuidado – pequenas variações nessas premissas podem alterar significativamente o resultado.
Método do Custo (Custo de Reprodução ou Substituição)
O método do custo baseia-se no princípio de que o valor de um imóvel pode ser determinado pelo custo para construir outra propriedade equivalente, descontadas as depreciações. Na prática, divide-se o imóvel em dois componentes: o valor do terreno e o valor das benfeitorias (edificações e melhorias construídas). O terreno é avaliado geralmente pelo método comparativo (pesquisando preços de terrenos semelhantes na região). Já as benfeitorias são avaliadas calculando quanto custaria reproduzi-las novas (usando custos unitários de construção atualizados), e então aplicando depreciação por idade, uso ou obsolescência para refletir a diferença entre o novo e o existente. A soma do valor do terreno mais o valor depreciado das construções resulta no valor estimado. Esse método é especialmente útil para imóveis únicos ou especializados, onde não há comparativos de venda diretos – por exemplo, instalações industriais customizadas, hospitais, escolas, ou mesmo em avaliações para fins de seguro (onde se busca o custo de reconstrução). A grande vantagem do método do custo é fornecer um piso de valor baseado em fundamentos tangíveis (o gasto de construir do zero). Entretanto, ele nem sempre reflete o que o mercado estaria disposto a pagar; em certas situações de mercado, o custo de construção pode ser maior que o valor de mercado (caso típico de superdimensionamento ou baixa demanda), ou menor (em cenários de alta valorização do solo). Por isso, os avaliadores muitas vezes utilizam o método do custo como complemento, confrontando-o com os resultados dos métodos de renda ou comparativo para validar o valor obtido.
Conclusão – qual método escolher? Cada método de avaliação tem suas vantagens e é mais apropriado para determinadas situações. Em muitos casos, o avaliador profissional aplica mais de uma abordagem para obter uma estimativa justa, analisando os resultados de diferentes ângulos. O mais importante é contar com especialistas capazes de identificar a metodologia ideal para o seu imóvel e objetivo. A Consult2B possui engenheiros de avaliações experientes que adotam o método correto (ou a combinação de métodos) para assegurar a máxima precisão na valoração do seu bem. Entre em contato e obtenha uma avaliação imobiliária confiável, feita sob medida para a sua necessidade.
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